sexta-feira, 30 de maio de 2008

Gratidão

Uma notícia linda como essa não podia esperar pra ser passada.
Minha vovó esses dias estava no ponto de ônibus e encontrou a D. Júlia (dona do abrigo Santa Clara) e mais uma senhora, que estavam conversando. Por acaso ela escutou o que a D. Júlia falava com a amiga e tão por acaso quanto isso, estavam falando sobre nossas visitas.
Dona Júlia falou que tinha um grupo de jovens que andavam visitando 'as meninas dela' e que ela estava muito feliz, pois eles levavam uma alegria imensa pra elas, era uma coisa linda de ver. Disse que o grupo fazia bingo e elas ficavam tão felizes que guardavam até as fitinhas que embrulhavam os brindes. A energia do grupo é muito boa, a alegria é tamanha, que quando eles chegam lá é como se um raio de sol estivesse entrando na casa. São verdadeiros anjos, que ao invés de se preocuparem com sua vida pessoal, em passear ou fazer qualquer outra coisa, estão dedicando seu tempo a elas e que isso era muito bonito.
Bem, é isso... Agradecimento indireto da D. Julia, que acabou vindo parar nos nossos ouvidos/olhos, acho que já diz tudo né? Que sirva como (mais) um estímulo pra continuarmos com esse trabalho tão gratificante.
La.

terça-feira, 27 de maio de 2008

O trabalho mais legal do mundo

O texto abaixo fala exclusivamente de orfanato, pois será nossa próxima visita. Assim que ela for agendada, todos serão comunicados! =)




Marcamos uma visita e anunciamos para os participantes do grupo. Logo que é avisado, todos começam a se preparar para fazer o possível pra ir. Depois de muita espera - não são tantos dias, mas parece uma eternidade - chega o dia. Nos encontramos e parece que todos têm a mesma sensação de friozinho na barriga, expectativa, nervosismo, é um misto de sentimentos que ninguém sabe explicar. Nossa preparação é minuciosa e ansiosa e finalmente chega a hora que todos esperávamos. Chegamos ao local e encontramos as crianças.


No começo elas parecem tímidas, algumas são mais arredias, outras bastante carinhosas, mas no fim tudo se acerta. Cada palhaço acaba encontrando uma ou mais crianças que se identifiquem e o vice-versa com os pequenos. Nesse momento, eles passam a ver a beleza, a alegria de ter um novo amigo ao seu lado, esquecem por alguns instantes de qualquer problema e só pensam em se divertir e curtir aquele momento. Quando isso acontece acredito que é o ponto máximo da nossa visita, pois é aí que aparece o brilho verdadeiro nos olhos das crianças, é quando acontece a maior troca de energia e é quando todo o nosso esforço e preparação é recompensado. Pra mim, essa sensação é o melhor pagamento, é o que faz valer a pena ser voluntária.
Se conseguirmos nos entregar a esse sentimento que a criança nos causa, conseguimos nos lembrar exatamente do que fomos na infância, como somos agora, como podemos melhorar. Vemos que o aprendizado que temos com elas, pode ser muito maior do que elas têm conosco, pois elas nos mostram sua essência. Aprendemos no mínimo que podemos sempre melhorar se resgatarmos as qualidades que tínhamos quando crianças e que foram se perdendo ao longo do tempo. Podemos sair de cada visita mais vitoriosos e felizes ou simplesmente mais preparados para uma próxima, depende do quanto nos doamos.



Pra quem tem dúvida do que será a visita no orfanato, dentre tantos outros, este é um ponto de vista.


Autoria: La! (Boneca Estrelinha)
"Quando vejo uma criança, ela inspira-me dois sentimentos: ternura, pelo que é, e respeito pelo que pode vir a ser." Louis Pasteur
Tem algum texto, citação, sugestão, poema, música, etc. que quer ver no blog?

sexta-feira, 23 de maio de 2008

1º Bazar Trapalhaço


Pequenos gestos fazem a diferença, sim!


"Hoje me peguei pensando no escuro. Será que estou errado em querer mudar as coisas do mundo. Querer mudar as coisas do mundo é tão duro, tão dificil, às vezes. Como é dificil, às vezes, ouvir calado e fingir ter aceitado como se aquilo fizesse parte do seu pensamento, mas penso naquele momento um dom ou maldição. Isso me destrói ao passar do tempo. Tempo que tanto tinha que me ajudar, só ajuda a aumentar as coisas que carrego por dentro. Não sei por quanto tempo irei aguentar ou quando irá acabar. Ás vezes sinto estar perdendo a batalha, no entanto, não entrego a toalha. Acabo reunindo forças e, em silêncio, continuo a minha luta e não mudo a minha conduta. Assim tento mostrar, não com palavras, mas com ações que tudo pode mudar."



Texto: Tudo pode mudar


Autor: Willians Marques (O Teatro Mágico)
OBS: O texto acima não foi feito para o blog, mas se encaixa bem nesse caso. Se pensarmos coletivamente vemos que podemos fazer algo pelo próximo sim, que está em nossas mãos mudar o mundo e que mesmo o que nos parece pouco, pode gerar um bom resultado e ajudar muito quem está precisando. Apesar de nos barrarmos às vezes por tantos motivos, se acreditarmos que podemos fazer a diferença, aos poucos vamos conseguindo resultados.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Volta, linda volta...



Depoimento (emocionante) da boneca Cangica sobre nossa volta ao Abrigo Santa Clara, 18/05/2008:


"Olá, posso dizer que adorei a visita de ontem, foi linda demais!Acredito que amadurecemos mais como grupo e como pessoas, pude perceber isso, sentir!Foi muito lindo, ate porque na ultima visita estava como "cara-limpa" e isso me ajudou a ver nossas visitas de outra maneira, de ver que todas elas fazem a diferença na vida das pessoas, por pequenos gestos ou palavras que a gente faz e fala.Ontem, uma senhorinha, particularmente me interessou e me emocionou muito com seu jeito simples de ser, a Dona Alice. Até lhe perguntei se ela não era a Alice do País das maravilhas, ela me disse com um sorriso muito grande " Até posso ser!". Já começei a me emocionar por ai, pois cada moradora tem a sua historia de vida, e ela estava ali na casa a 6 meses. Pelo que ela me contou, pude perceber que ela foi feliz em sua vida "antes" da casa e que estava feliz em sua vida "presente" na casa. Quando estavamos indo embora, ela me agradeceu muito por ter vindo e ter tornado aquele dia na sua vida melhor! Quase chorei, me veio lágrimas nos olhos.A visita toda foi emocionante, pois além de estar fazendo compania e conversando com a Dona Alice, pude perceber a atuação de cada palhaço e digo mais uma vez que foi lindo! O Margarina já chegou arrasando o coração das "vózinhas" e fazendo muitas brincadeiras. O 84, reencontrou sua "vózinha", o que me deixou também emocionada, pois eles conversavam como se sempre tivessem se conhecido, era como se ela estivesse esperando ele para tomar chá e continuar a conversa de semana passada. A atuação dos calouros foi excepcional, começaram meio tímidos, mas logo se soltaram e foi lindo de ver! Um ate ganhou um nome muito simpático " PINGO", que agora é oficial, e foi emocionante de vê-lo no maior papo com sua "vózinha".Acredito que cada palhaço tem a sua história para contar deste final de semana inesquecivel, cada um se emocionou a sua maneira!Depois que saimos, me vieram varios pensamentos como: "quanto tempo faz que não vejo minha querida vózinha!" e " Faz tempo que eu não digo eu te amo para meus pais", passei a dar mais valor nessa pequena palavra que muda muito a vida de uma pessoa, prestar atenção mais em minha família vai ser meu proximo passo para que eu continue minha vida com o voluntariado, pois ajudar as pessoas é otimo, estar ali presente, mas muitas vezes esquecemos da nossa familia (mãe, irmãos, pai), que estão em casa precisando de um abraço, um beijo, ou simplesmente de uma palavra de aconchego, e que não percebemos muitas das vezes.Agradeço pelo dia de ontem, que abriu minha cabeça para ser mais presente na vida das pessoas que amo!Agradeço a todos os Trapalhaços...amo muito vocês!"


Obrigada à todos, especialmente aos calouros, que tiraram de letra e deram um verdadeiro show. Parabéns!

terça-feira, 13 de maio de 2008

Crônica em Duas Postagens (segunda parte)

"Ao entrarmos, fomos recebidos por duas funcionárias. A responsável pela casa, Dona Júlia, tinha saído com uma das residentes para auxiliá-la em trâmites financeiro-bancários. Funcionárias simpáticas, mas, sem muito interesse na nossa visita, pediram para uma das velhinhas ser a anfitriã e mostrar a casa para nós. Senhora Marisa, uma senhora muito simpática, amável e cheia de vida. Passeando pela casa me confrontei com cenas incríveis. Muitas me eram familiares e buscaram lembranças fundas no âmago do estômago, mas a dor não veio como achei. Foi reconfortante ver que não abandonei minha mãe como essas velhinhas foram deixadas de lado. Algumas sem forças para andar, algumas ranzinzas (o final da vida pode ser amargurante), mas muitas risonhas. Sorrisos banguelos. Sorrisos sinceros. Emocionante. Tive que me recompor no banheiro, lágrimas escorregaram meio sem querer. Cada uma daquelas senhoras me lembrava minha mãe em algum aspecto. É como se ela tivesse se quebrado em 26 pedaços; mas, digo sinceramente, que a Vó Marisa era a mais parecida. O lance dos olhos, o cuidado com as coisas minúsculas, o apego ao diminutivo. “O mundinho, bonitinho, fazendinho coisinhas”. Tão raro é encontrar pessoas com esse apego às coisas menores, os pormenores da vida. Tão raro achar pessoas que valorizam algo de verdade. Aquela senhora era tão apaixonante, ainda mais que as outras.
Uma senhora, não me preocupei em saber o nome dela, que já estava bem debilitada, inseriu-me numa conversa. Em princípio, queria não fazer parte, pois, estava preocupado com a chegada da Dona Júlia (eram muitos os assuntos a tratar com ela). Não tive coragem de ignorá-la simplesmente. Enfim, conversei 15 minutos com uma senhora, que não podia se levantar e que não tinha nenhum dente na boca, o que não tem nada de errado, afinal, é só um estado externo e superficial; porém, não conseguia entender o que ela falava. Nada, ou melhor, quase nada. Entendi 3 palavras ditas pela senhora simpática: a primeira foi “oi”, a segunda “bom” e a terceira (última palavra pronunciada na conversa e antecedida por uma risada gostosa e satisfeita) foi “Obrigada”. Eu falava com ela, mas jogando as palavras, sem me preocupar com sentido. A única comunicação estava nos nossos olhos. Os dois estávamos carentes, ela de atenção e eu de minha mãe. Tínhamos assuntos de sobra.
O passeio continuou, conheci todas as senhoras (todas graciosas), contudo, essas, aqui escritas, são as minhas lembranças mais fortes. Eu e Lá saímos do asilo sem falar com a Dona Júlia e respeitamos o silêncio que a situação gerou (não pronunciamos nenhuma palavra por mais de meia-hora). Eu saí pleno, completo e leve.
Engraçado como a vida é. Uma tentativa canastrona de se dar bem com a mulherada, se torna numa troca quase espiritual entre indivíduos carentes em tamanho igual, porém, de coisas avessas e de tempos distintos. Não sei se foi por acaso que fui parar no asilo, mas, que foi incrível e espiritual (os céticos me desculpem!), foi."

Autor: Diego (Palhaço Pinguim)


Tem um texto, história, crônica, poesia, etc, que gostaria de ler no Blog?

sábado, 10 de maio de 2008

Crônica em Duas Postagens

Na foto "palhaço Xexê + moradora do Santa Clara"




Para relembrarmos nossa origem, aí está uma crônica feita pelo membro do grupo, Diego, após nossa primeira visita. É bastante antiga, tanto que o nome ainda era outro, mas a intenção é ótima. Começa nesse post e continua no próximo...



O Acaso no asilo


"Estes dias, inventei moda e me envolvi com um grupo de voluntariado social, chamado Carejangrejos. É um grupo novo no Brasil e recém-nascido no Paraná. A idéia surgiu de um show da banda independente Teatro Mágico, que une diversas formas de arte e expressão com música e adoram se pintarem de palhaços. A trupe, como se auto-denominam, busca a pluralidade do ser, e me pareceu muito plural o ser capaz de se voluntariar a ajudar o próximo. Não me pareceu apenas marketing-social-musical, com o intuito de vender mais. Coisa séria.
No show da banda veio a grande idéia: fundar uma “filial” do grupo de ação social voluntária: os Carejangrejos-Paraná. Eu e meu fiel escudeiro, disfarçado de amigo-irmão, Brenno encontramos um grupo de garotas que se interessou também e, espertinhos, convidamos as senhoritas a discutir as idéias em algum bar. Trocamos telefones e emails. Foi marcada a reunião no bar e realizada. Não pude ir, mas Brenno foi, conheceu a garotada melhor e a idéia, mesmo no bar, ganhou tom de seriedade. Tornou-se concreta, o que acabou por ser uma bela surpresa, pois acreditava que o altruísmo iria terminar na cama de algum motel. Sabe como é, às vezes, faz-se aquele tipo de bonzinho para se dar bem com a mulherada. Mesmo que nós dois sejamos seres-bem-humanos, cheios de bondade, flertamos com o lado negro da força de vez em quando.
Um website surgiu para facilitar a comunicação do grupo e mais uma idéia veio à tona: visitar um asilo, pois o dia dos idosos se aproximava. A idéia foi aceita e me pareceu bastante contundente. Propus-me a visitar alguns asilos e, somente, uma outra garota, chamada Larissa, vulgo: Lá, aceitou me fazer companhia. Era uma primeira visita só para conhecer e ver as necessidades do asilo. Já conhecia a Lá, encontrei-a algumas vezes em saraus antes da data da visita.
Confesso que fiquei apreensivo (muito, aliás). Perdi minha mãe há muito pouco tempo e achei que talvez ver senhoras abandonadas pela família, algumas provavelmente muito doentes, me traria lembranças amargas de um passado tão recente quanto hoje. Cheguei a perder o sono da noite de véspera, mas encarei. Fui; ou melhor, fomos. Demos algumas voltas perdidas antes de chegar ao estimado destino: Asilo Santa Clara, com 27 senhoras, de sustento filantrópico, localizado num prédio de cor esverdeada."
...continua

terça-feira, 6 de maio de 2008

Vai, vai, vai começar a brincadeira!





Mais uma visita se aproxima.



Voltamos aonde tudo começou, nossa primeira visita, nossa primeira experiência, primeiras palhaçadas... Olhando as fotos nota-se como conseguimos amadurecer em diversos aspectos e como continuamos evoluindo. Que esta visita nos sirva como mais um aprendizado e que seja novamente tão feliz para as senhorinhas como é pra nós!


"Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido." Charles Chaplin

Mande um texto pro nosso blog!

Envie seu texto, idéia, sugestão, etc, pro e-mail trapalhacos@gmail.com.

domingo, 4 de maio de 2008

Trapalhaços


É uma tarefa um tanto difícil encontrar palavras para descrever o por que de fazermos nosso trabalho da maneira que fazemos. Dentro do voluntariado, é possível ajudar de diferentes maneiras, que não exigem toda esta caracterização, preparo, etc. Apesar disso, acreditamos que rir é sim o melhor remédio e que podemos mudar a vida das pessoas, quando podemos faze-las rir. Caberia um número infinito de textos para inaugurar nosso blog, mas dessa vez sejamos mais técnicos e objetivos. A quem ainda discorda que passar um dia na companhia de pessoas que se encontram com a saúde (física, mental, social, etc) abalada, aí estão as provas da eficácia de uma BOA gargalhada!!!

Fisiologia do Riso:
Quando soltamos uma boa gargalhada, nem imaginamos de que forma estamos a ajudar o nosso organismo. Conheça o impacto que os risos têm no corpo humano:
- Coração
O ritmo cardíaco acelera. Em alguns casos, os batimentos podem atingir 120 pulsações por minuto — em repouso, o coração tende a bater, em média, 70 vezes por minuto. Quando a pulsação aumenta, existe mais sangue a circular pelo organismo, o que provoca uma maior oxigenação dos tecidos.
- Pulmões
Durante uma gargalhada, a absorção de oxigénio pelos pulmões aumenta. A inalação de ar é mais profunda e a expiração mais forte. Com a maior ventilação pulmonar, o excesso de dióxido de carbono e vapores residuais é eliminado, promovendo uma «limpeza».
- Músculos abdominais
Os músculos mais trabalhados durante uma gargalhada são os abdominais. Os movimentos funcionam como uma espécie de massagem para o sistema gastrintestinal, melhorando a digestão.
- Vasos sanguíneos
Com o maior bombeamento de sangue promovido pelo coração, os vasos sanguíneos dilatam-se, originando uma redução da pressão arterial.
- Sistema imunológico
Durante a gargalhada, os níveis de hormonas do stress baixam. Com menos cortisol e adrenalina a circularem no organismo, o sistema imunológico fortalece-se. Produzidas nos gânglios linfáticos e na medula óssea, as células de defesa do organismo não só aumentam em quantidade como também se tornam mais activas. De destacar os linfócitos B, responsáveis pela produção de anticorpos, e os linfócitos T, que detectam vírus ou bactérias. Além destes, são também importantes a imunoglobina A, um anticorpo essencial no combate às infecções do foro respiratório, e as células NK (natural killers), que permitem destruir as células cancerígenas.

"O desejo de ir em direção ao outro, de se comunicar com ele, ajudá-lo de forma eficiente, faz nascer em nós uma imensa energia e uma grande alegria, sem nenhuma sensação de cansaço."

E finalmente foi criado o blog Trapalhaço! Sejam todos bem vindos.